Os
cientistas acreditam que ele é originário do México, mas ainda há
controvérsias. Porém, não restam dúvidas de que o milho é um alimento cheio de
propriedades
Origem - Segundo o agrônomo Fábio de Oliveira
Freitas, o milho é originário do México apenas no âmbito científico. "Os
dados de arqueologia e a ocorrência de parentes silvestres apontam a origem do
milho na região do México, há mais ou menos 7 mil anos atrás. Entretanto, se
abrirmos para o lado cultural/místico e fizermos esta pergunta para algumas
populações indígenas, elas lhe dirão diferentes versões de como esta planta
surgiu, quando e onde ocorreu tal fato."
Talvez por isso a data de domesticação da semente -
momento em que o homem passa a cultivá-la na expectativa de obter novas plantas
e frutos - ainda gere discussões no meio acadêmico. "Parte disto é por
questão de resgate de amostras arqueológicas. Já se coletou a mais antiga? Já
se achou o local exato de onde isto ocorreu? A datação da amostra está correta?
Aquela amostra é realmente um vestígio da planta em processo de domesticação ou
é ainda uma espécie selvagem? Estes e outros fatores acabam fazendo com que
haja uma 'janela' de tempo entre as datas aceitas para a domesticação do milho.
As datas mais comumente aceitas variam entre 5 mil e 7 mil anos atrás",
explica Fábio.
Propriedades nutricionais - De acordo com a
nutricionista Aline Serrer Richter, da Associação Paulista de Nutrição,
"as vitaminas do complexo B são responsáveis pela manutenção da saúde
emocional e mental do ser humano e contribuem para manter a saúde dos cabelos,
pele e olhos, entre outros benefícios." E o cereal é uma ótima fonte dessa
vitamina, segundo ela. "O milho é um alimento muito energético, traz em
sua composição carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas A e do complexo B,
cálcio, ferro, fósforo e amido. É em sua casca que estão concentradas as
quantidas de fibras. Em 100 gramas de milho cozido podem ser encontrados 130 calorias,
27,8 gramas de carboidrato, 3,3 gramas de proteína, 0,8 gramas de gordura e 2,8
gramas de fibras."
No entanto, a nutricionista alerta para a
quantidade ingerida. "Os diabéticos devem ter atenção especial no consumo
do milho doce. Além disso, qualquer um deve levar em consideração que ele é do
grupo dos carboidratos e se consumido em excesso junto com outros alimentos
desse mesmo grupo pode levar a um sobrepeso, se a pessoa não realizar nenhum
tipo de exercício físico. O milho deve fazer parte de uma alimentação
equilibrada e variada, pois um dos princípios de uma alimentação saudável é a
variedade, desta forma, quanto mais variada a nossa alimentação, mais rica em
nutrientes elas será."
Propriedades medicinais - Diversos estudos já
confirmaram: o milho não possue efeito adverso quando se fala nas sementes não
modificadas geneticamente, pois estas ainda deixam dúvidas a respeito de sua
toxicidade. Além do poder de prevenir diarréias, como constatado em algumas
culturas populares de países das Américas Central e do Sul, o milho pode ser
usado para prevenir doenças do trato urinário. No livro Herbal
Medicines: a guide for health-care professionals (Ervas Medicinais: um
guia para profissionais de saúde), de Carol Newall, o chá do "cabelo"
do milho, ou seja, aqueles fios que recobrem os grãos, é citado como um
excelente diurético que pode ser usado no tratamento de pedras no rim, por
exemplo. A autora afirma também que os franceses que querem perder peso
recorrem à infusão dessas fibras e os chineses as consideram benéficas contra
diabetes e má digestão.
Curiosidades - Além de alimento nutritivo e com
propriedades medicinais, o milho também é a causa de muitos conflitos entre
ambientalistas, o governo brasileiro e os grandes produtores. Isso porque a questão
das sementes transgênicas está longe de chegar ao fim. Para Fábio, é preciso
cuidado na hora de usar a tecnologia. "A transgenia é uma ferramenta e
como qualquer outra se deve dosar seu uso. Entre os principais problemas
apontados, temos o do escape, principalmente se plantarmos uma espécie em
locais de ocorrência natural de espécies selvagens da mesma. Neste caso, temos
o risco da espécie domesticada cruzar com a selvagem e aquele fator transgênico
passar para a espécie selvagem, podendo causar problema, como no caso de um
gene resistente a herbicida ir parar no parente e este acabar por se tornar uma
'super-daninha', uma vez que seu controle ficaria mais dificultado." O
agrônomo explica que ainda hoje existem espécies selvagens e, diferentemente
das sementes convencionais, estas conseguem se perpetuar sozinhas sem a
necessidade do homem. "As plantas domesticadas ficaram mais 'dependentes'
do homem para se perpetuarem. O grau de dependência varia de espécie para
espécie, tendo no milho um dos exemplos de maior dependência, uma vez que suas
sementes têm grande dificuldade de se dispersarem devido à palha da
espiga."
Fonte: Cantinho Vegetariano via Revista dos Vegetarianos
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