Ele é um dos cereais mais
consumidos no mundo e melhor amigo do feijão, na opinião da maioria dos
brasileiros. De pequeno, o arroz só tem o tamanho do seu grão.
A The Rice Association afirma ser
impossível precisar a data e o local exatos do primeiro cultivo do arroz, mas o
sudeste asiático é visto como seu provável berço. Arqueólogos já encontraram
arrozes datados do ano de 4530 a.C., em escavações na Índia. No entanto, muito
antes disso, os chineses já conheciam seu valor. Conta-se que a partir de 2800
a.C., o imperador chinês Sheng Nung passou a promover cerimônias para celebrar
sua semeadura.
Mas foi só entre os séculos VII e VIII que chegou à
Europa, levado pelos árabes e, de lá para a América durante as navegações
expedicionárias. No entanto, essa versão é questionada por historiadores
brasileiros que afirmam que o arroz já era cultivado pelos índios tupis.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), portugueses
encontraram na região da Amazônia o abati-uaupê - nome
indígena do arroz. E daí para frente, a orizucultura - prática de cultivo do
arroz - só se modernizou.
De acordo com a FAO, a estimativa para a produção
de 2008 é de 635 milhões de toneladas ao redor do mundo e os principais
produtores estão concentrados na Ásia. O Brasil fica entre os dez maiores com
uma produção de cerca de 12 milhões de toneladas anuais.
Propriedades nutricionais
Segundo a nutricionista Daniela Jobst, membro do
Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, a vantagem do arroz é que ele pode ser
consumido na versão integral. "Meia xícara de arroz branco contém
aproximadamente 100 calorias e 0,03 g de fibras; enquanto que o arroz integral,
que tem entre 105 e 110 calorias, é significativamente mais fibroso com 1,6 g
de fibras por meia xícara." Além das fibras, a nutricionista explica que o
arroz integral é o mais indicado por não ser descascado e, por isso, manter os
grãos intactos em camadas que possuem melhor valor nutritivo. "Comparando
o arroz com os demais cereais, suas proteínas são de ótima qualidade e com a
vantagem de não conter glúten, podendo ser consumido por portadores da doença
celíaca (intolerância ao glúten contido em outros cereais, como o trigo e a
cevada). O arroz integral é também o preferido pelos adeptos da alimentação
funcional, pois não é descascado nem polido e, portanto, mantém uma maior
quantidade de fibras, proteínas, cálcio, fósforo e ferro, além de vitaminas do
complexo B."
Já a autora do livro Caminhos Naturais de
Nutrição (Ed. Agora), a nutricionista Herta Karp Wiener, de 85 anos,
afirma que a moderação no consumo deve ser seguida em alguns casos específicos.
"A cota diária de grãos, farinhas e açúcares é de 60% do total da dieta. A
moderação no consumo é exigida nos casos de dietas para emagrecimento devido ao
seu alto valor calórico, e no diabete, porque o resultado final da sua digestão
é glicose. Para um adulto saudável, o ideal são 25 g de arroz cru, que triplica
o peso depois de cozido"
Propriedades medicinais
Tanto Daniela quanto Herta apontam para a
eficiência do arroz no combate a alguns quadros de enfermidade. "O alto
teor de fibras do arroz integral, por exemplo, promove uma ação estimuladora do
intestino, que expulsa resíduos, muitas vezes tóxicos, com maior eficiência e
que resulta na prevenção de inúmeras doenças, inclusive a obesidade. Por ser um
alimento mais equilibrado na sua composição química e de melhor
digestibilidade, ele se torna quase funcional, ou seja, curativo", informa
Herta.
Na opinião de Daniela, não só o grão integral ajuda
a diminuir os riscos de câncer de intestino, como o farelo de arroz combate o
colesterol e a versão branca serve como remédio natural contra diarréia."
Ele tem um efeito aglutinador na diarréia e, por isso, faz parte da dieta BRAT,
sigla em inglês para banana, arroz, suco de maçã e torrada (banana, rice, apple
& toast). Ele ajuda a restaurar a função intestinal e fornece energia
necessária para a fase de recuperação do problema. É um alimento nutritivo, por
isso faça de tudo para que ele esteja no seu prato diariamente, garantindo
assim, uma alimentação saudável."
Curiosidades
O engenheiro agrônomo do Instituto Riograndense do
Arroz (Irga), Victor Hugo Kayser, explica que a produção do arroz é feita de
duas maneiras: irrigada ou sequeira. "No primeiro caso, são cerca de 100
dias de irrigação e a produtividade é de mais de 10 toneladas por hectare. Já a
sequeira depende das estações de chuva e produzem no máximo 4 toneladas por
hectare." Kayser esclarece que o arroz integral é mais caro porque tem
mais facilidade de rancificar, já que não passa pela parboilização - processo
hidrotérmico. Mas apesar das grandes quantidades produzidas no mundo, o grão
pode faltar daqui 25 anos, segundo a FAO. "Hoje, o crescimento econômico
da China é um motivo de preocupação porque eleva-se o padrão de consumo do
arroz."
Fonte: Cantinho Vegetariano via Revista dos Vegetarianos
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